Decorria o ano de 1978, quando o casal Leandro do Nascimento Pinto e Benilde Pinto decidiram abrir um snack-bar na cidade de Macedo de Cavaleiros ao qual foi atribuído o nome de snack-bar muchacho.
Os amigos foram os seus mais fervorosos impulsionadores desta ideia, fazendo “jus” aos dotes culinários da esposa do Sr. Pinto e à arte de bem receber, assim como o seu amor à restauração, para sua satisfação pessoal e bom nome da sua terra e das suas gentes. Ao tempo, o snack-bar muchacho era uma genuína casa de petiscos transmontanos, embora a francesinha já fizesse parte do seu cardápio gastronómico, o que se tornou, à época, uma verdadeira atração.
A afluência de clientes avolumou-se de tal maneira que o Senhor Leandro Nascimento Pinto teve necessidade de solicitar para o seu oráculo do palato uma licença de funcionamento até às quatro da manhã, o que lhe foi concedido a título excepcional. Este prestígio dignificou o trabalho dos proprietários e contribuiu para a qualidade dos clientes, que procuravam o snack-bar, para satisfação dos sentidos, afetos e emoções que envolvem o conforto à mesa, esta em particular, de iguarias fumegantes, sôfregas e ansiosas pela degustação.
Nove anos após a sua abertura, o senhor Pinto, mais conhecido por Muchacho, comprou a parte restante do imóvel, onde localizou o seu recanto pantagruélico inicial, para alargar a sua predestinada vocação no domínio dos sabores e dos cheiros, bem como a arte de os converter em pecados ou suspiros dos anjos.
Este seu desiderato fez com que o snack-bar de outrora fosse transformado então, em pleno ano de 1987, no Snack-Bar Restaurante Muchacho. Com a evolução do tempo, verificou que o espaço destinado a restaurante, depressa se tornou exíguo face à afluência mais frequente e sistemática de clientes. Este facto obrigou o alargamento do perímetro destinado à valência restaurante e ditou a extinção do snack-bar.
Ao mesmo tempo, a estratégia para o serviço de restaurante foi repensada e reestruturada com apreço e assertividade, tendo em conta a satisfação de diferentes públicos, com níveis de exigência e avaliação bem fundamentados. Refira-se, a propósito e neste contexto, que o bom serviço prestado pelo restaurante impulsionou a sua solicitação para repastos específicos e de grande volume e responsabilidade, desde a escolha dos produtos, a esmerada confecção de uma chef de cuisine com dote inato, a empatia do olhar, já que os olhos também comem, na satisfação plena dos clientes que confiavam na boa prestação de serviço da casa. A essência do restaurante transbordou a sua circunstância local e projectou-se significativamente, para glória dos seus proprietários e colocação de Macedo de Cavaleiros no mapeamento gastronómico da região transmontana e do país, em geral.
A contínua afluência a esta catedral de iguarias com sabores e cheiros característicos da tradição, do rosmaninho, alecrim, urze, alho e erva-cidreira, confeccionadas pelas sábias mãos de uma douta e prestigiada fada do lar – a D. Benilde Pinto -, trouxe ainda mais gente, mais regiões nacionais, mais Europa, mais Brasil e mais América.
Na apoteose do momento, quer os proprietários, quer os seus mais diretos colaboradores perscrutavam uma visão maior, um desassossego constante e uma vontade indómita de seduzir e cativar outros e mais públicos. Urgia, assim, uma nova mudança. Para a afirmação desta urgência ocorreu a necessidade premente de requalificar o edifício, na totalidade, e dotá-lo de um novo equipamento, tipo residencial, disponibilizando uma maior facilidade a quem visitava a cidade por motivos profissionais ou de lazer.
O produto final do investimento concretizou, em 1982, uma mais recente unidade hoteleira, designada por Residencial Restaurante Muchacho. A diversidade de clientes que procuravam o novo espaço incluía empresários, vendedores, caçadores e turistas nacionais e estrangeiros, deveras apaixonados pelas terras e gentes transmontanas. Esta diversidade, sustentada pelo visionário olhar sobre futuro, implicou um outro estudo aturado sobre opções a considerar, serviços a oferecer, qualidade da oferta e profissionalismo dos atores, tudo isto fora do universo da massificação de clientes, mas mais apostado no conforto e bem-estar, na interacção de proximidade, no respeito pela idiossincrasia de cada um e no reforço da arte de bem acolher que nos procura. Assente nestes princípios e atentos ao particular investimento da entidade patronal na evolução, inovação e qualidade do serviço, que sempre demonstrou e exigiu oferecer, em 2010, é inaugurada uma (re)nascida unidade hoteleira design, romântica, luminosa, confortável, simpática, moderna e familiar, designada por Hotel Muchacho.
Na crença efectiva de que o sonho comanda a vida, a entidade patronal deste hotel visiona constantemente o para lá daqui, o para além deste momento, em prol do seu bom nome, da ciência e da arte de bem acolher, da relevância da região e do país onde se insere, da autenticidade genuína da sua gente, do conhecimento e reconhecimento dos que nos preferem e a quem, com lealdade, prestamos os nossos serviços. Reconhecemos que a hora é sempre uma unidade de tempo que promove e potencia a afirmação da nossa identidade, a renovação da mensagem que transmitimos, o patamar que desejamos atingir, sempre em busca da perfeição e da excelência do serviço que prestamos, mesmo que utópicas, mas nunca impossíveis.